Embora haja notícias de fluxos migratórios para a Malásia ao longo de sua história, foi apenas a partir do século XIX que se registrou uma migração maciça de chineses e indianos para a região, com financiamento e encorajamento explícito da administração colonial britânica. A população autóctone, conhecida como bumiputra, permaneceu predominantemente em atividades rurais tradicionais, enquanto chineses e indianos ocuparam-se de outros setores da economia, o que acabou por constituir uma ordem ocupacional estratificada em linhas étnicas. A pretexto de proteger os bumiputra, os britânicos adotaram leis, políticas formais e informais que restringiram o acesso dos malaios nativos às novas oportunidades econômicas e educacionais abertas pelo processo de modernização.
Com a independência em 1957, foram estabelecidas cotas para os bumiputra no serviço público, bolsas de estudos, concessão de terras e licenças para negócios. Em troca, chineses e indianos residentes obtiveram cidadania malaia. No entanto, a ênfase do governo no desenvolvimento rural dos Bumiputra nesse momento não foi eficaz, aumentando ainda mais o abismo entre eles e os outros grupos étnicos.
Foi apenas em 1971, dois anos após uma revolta dos malaios contra os chineses que gerou um saldo de quase 200 mortos, que se introduziram emendas constitucionais que tornaram as ações afirmativas mais explícitas e abrangentes, instituindo metas e prazos para a inclusão. Foram reservadas terras para os Bumiputras, cotas no serviço público, no setor privado e na educação, e estabelecida a preferência em licenças comerciais, financiamentos, incentivos fiscais e bolsas de estudos. A New Economic Policy (NEP) então introduzida pelo governo de Tun Razak, da Frente Nacional, tem como objetivos erradicar a pobreza e reestruturar a economia de modo a acabar com a segregação ocupacional em linhas étnicas e promover a união nacional.